Este livro é ao mesmo tempo um conto e um documentário. O jovem Iraí, que tem perfeito conhecimento dos costumes de seu país, ensina-nos muito sobre a vida dos índios amazonenses e suas superstições. Ele descreve a preparação do curare e a fabricação de uma canoa com explicações precisas e detalhadas. A narrativa é cheia de peripécias, muito viva, com diálogos animados e frequentes pretextos para discussões de inspiração humanitária que saem da boca dos meninos. O real e o imaginário se confundem, aceitos tranquilamente pela idade dos três heróis e pelo caráter supersticioso dos índios. [fonte: introdução, 1981, Companhia Editora Nacional]
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| Capa da 1ª edição brasileira (1975) |
Outras informações:
Apesar de ter sido escrito originalmente em português, a primeira edição do livro foi uma tradução para o francês de Lucia de Almeida-Rodrigues, já que na época Antonieta Dias de Moraes vivia na França. A primeira edição no Brasil foi lançada dois anos depois, em 1975, pela editora Brasiliense.
Prêmios: Ganhador do prêmio francês Diplôme Loisirs Jeunes, em 1973.
O livro foi selecionado pela FNLIJ (Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil) em 1979 para compor uma lista de honra especial do Prêmio Hans Christian Andersen, da IBBY (International Board on Books for Young People - Organização Internacional para o Livro Infantil e Juvenil), em comemoração ao Ano Internacional da Criança. Os livros selecionados foram: O índio brasileiro (Ofélia de Barros Fontes), O rei de quase-tudo (Eliardo França), Menino de asas (Homero Homem), A chave do tamanho (Monteiro Lobato), Três garotos na Amazônia (Antonieta Dias de Moraes), Pantanal, amor-banguá (José Hamilton Ribeiro), O reizinho mandão (Ruth Rocha), Uma estranha aventura em Talalai (Joel Rufino dos Santos) e Flicts (Ziraldo). (JORNAL DO BRASIL, 1979)
A primeira edição em francês trouxe um prefácio escrito pelo autor guatemalteco Miguel Ángel Astúrias, ganhador do Prêmio Nobel de Literatura de 1967. Nas edições brasileiras, tal prefácio foi traduzido e reproduzido. Segue a reprodução do texto desse prefácio, conforme descrito na contrcapa da edição de 1991 da editora Letras & Letras: "Uma história fabulosa num país de fábulas, mas num país que existe. Uma aventura de crianças numa natureza absorvente. Uma natureza não imaginária, porém real. Tal é a novidade do relato e deste livro. Os jovens leitores nele descobrirão um país que não é de fantasia, como o dos contos de fadas, mas um verdadeiro país, que existe nos mapas geográficos. É um país fantástico, mas não um país de fantasia. Nesse clima, nessa paisagem, nessa natureza desconhecida, nesse mistério das florestas, à beira de rios gigantescos, entre pássaros de mil cores: amarelos, vermelhos, pretos, brancos, azuis, verdes; e entre animais pequenos e grandes, ferozes e devoradores, feras e repteis, ver-se-ão desenrolar-se as aventuras de dois garotos corajosos que felizmente encontram amigos e aliados para defendê-los, ajudá-los e guiá-los. Era preciso começar, e com esse livro magistral, Antonieta Dias de Moraes abre ao gênio da infãncia as portas da literatura latino-americana, a qual se apresenta de então por diante da forma mais completa no panorama das literaturas universais."
Edições Internacionais:
Fontes:
- JORNAL DO BRASIL, 27 janeiro 1979, p.5
- MORAES, Maria Antonieta de. Três meninos na Amazônia. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1981. Introdução.
- MORAES, Maria Antonieta de. Três meninos na Amazônia. São Paulo: Letras & Letras, 1991. Contracapa (4ª Capa).
Por: Daniel Medeiros Padovani, publicado em 13 de junho de 2020.
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