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Rogério Andrade Barbosa: Beijados pelo sol (2017)

Fichamento por: Daniel Medeiros Padovani, 01/10/2021.
Beijados pelo sol é uma novela juvenil do escritor brasileiro Rogério Andrade Barbosa, publicado originalmente no Brasil em agosto de 2017 pela Editora do Brasil. De temática social, o livro denuncia o preconceito e crimes contra pessoas albinas no país africano da Tanzânia. | Álbum de Capas do Autor |

Kivuli mora na Tanzânia, uma país da África. Ele seria um garoto comum africano, que vive com a família e vai à escola todos os dias, não fosse por um detalhe: ele é albino, ou seja, tem uma anomalia que impede sua pele de produzir melanina. Além de procurar entender essa diferença com relação a seus pares, ele precisa ainda lidar com um perigo iminente. Por conta de crendices locais absurdas, os albinos são perseguidos, caçados e presos, correndo risco de vida. Ele vai precisar de muita força e coragem para lutar contra o preconceito e a violência, nessa aventura que também é uma denúncia contra essa violação absurda. [fonte: Editora do Brasil]

Beijados pelo sol | Rogério Andrade Barbosa |  Capa |Beijados pelo sol | Rogério Andrade Barbosa |  Contracapa |
Beijados pelo sol | Rogério Andrade Barbosa | Editora: Editora do Brasil | Coleção: A Sete Chaves | Agosto 2017 - atualmente (2021) | ISBN-13: 978-85-10-06572-6 | Capa: John Kilaka (ilustração) | Capa: Julia Anastacio (leiaute) | Ilustrações: John Kilaka | Apresentação: Patrícia Campos Mello | Conteúdo Adicional: Nota do Autor | Conteúdo Adicional: Biografia do Autor | Conteúdo Adicional: Biografia do Ilustrador | Álbum de Capas da Coleção |

Outras informações:

Personagens: | Kivuli (o garoto albino) | Sanura (mãe de Kivulu) | Malika (amiga de Kivuli) | Kipemba (motociclista albino) | doutor Wasaki (diretor do abrigo) | pai de Kivuli | irmãos de Kivuli | professora | diretor da escola | porteiro da escola | colegas da escola | irmã de Malika (enfermeira) | parteira idosa | crianças da aldeia | anciãos do Conselho | sequestrador magrelo alto | sequestrador gorducho baixo | mganga (curandeiro) | sargento distrital | recruta | motorista do dalladalla (transporte coletivo) | passageiros do dalladalla | idosa no dalladalla | motorista do táxi | sequestrador de barba negra | sequestradora das mãos tatuadas | mendigo | guarda de trânsito | funcionários do abrigo | crianças do abrigo | assistente social do abrigo | motorista do abrigo |

Locais: | África (continente) | Tanzânia (país africano) | aldeia no interior da Tanzânia | escola | Dar es Salaam (cidade) | casa do curandeiro | abrigo Beijados pelo Sol |

Contracapa:
 Tensas perseguições. Bandidos inescrupulosos. Sequestros. Superstições. Fugas cinematográficas. Sem dúvida, são elementos que fazem uma história de suspense e aventura ser muito mais emocionante.
    E se o protagonista dessa história for um menino que foi "beijado pelo sol", e ela acontecer em um país africano pouco conhecido pela maioria das pessoas? O resultado é a trama deliciosa e densamente elaborada por Rogério Andrade Barbosa.
    Com Kivuli você viverá intensas emoções na Tanzânia, descobrirá por que pessoas albinas correm tanto perigo naquela parte do mundo e sentir como é importante ter heshima* pelos outros. O traço e as cores intensas do tanzaniano John Kilaka colocarão você dentro da ação.
    Então... o que está esperando? Karibu**! E desvende o que está por trás das aventuras vividas por aqueles que são "beijados pelo sol". [fonte: contracapa da edição de 2015]
* Heshima significa "respeito", no idioma suaíle.
** Karibu significa "de nada", no idioma suaíle.

Dedicatória: Dedico este livro a Josephat Torner, ativista tanzaniano, por sua incansável luta em prol dos portadores de albinismo.

Apresentação: (por Patrícia Campos Mello, repórter especial e colunista do jornal Folha de S. Paulo)
    Albinos são pedreiros e são cientistas. Podem ser adultos ou crianças. Há albinos altos e baixos. Alguns são calmos, outros nem tanto. Albinos são simplesmente pessoas cujo organismo não produz melanina suficiente. Por isso eles têm os olhos, cabelos e pele muito claros e precisam tomar cuidado com a luz do sol. Eles são pessoas absolutamente iguais a mim e a você, ainda que sejam diferentes.
    Mas nem todo mundo entende essa diferença. Nascer albino na Tanzânia é praticamente uma sentença de morte. Quem nasce com albinismo passa a vida inteira escondendo-se da luz do sol e do preconceito, muitas vezes letal.
    Muitos tanzanianos creem que os albinos têm poderes mágicos. Confiam que rituais de bruxaria com partes do corpo de pessoas com albinismo podem trazer sorte ou riqueza. Outros acreditam que os albinos não morrem, simplesmente desaparecem. E certos homens com HIV raptam meninas com albinismo na crença de que estuprá-las pode curá-los.
    Como resultado, desde o ano 2000, mais de 100 albinos foram assassinados na Tanzânia. Eles são mortos para que partes de seu corpo sejam vendidas. Entre os compradores estão pescadores que usam pedações do corpo em suas redes para garantir uma boa pescaria, mineradores que moem os ossos de albinos para achar riquezas, políticos que querem ganhar eleições e empresários de olho na sorte grande.
    Quando estive na Tanzânia, em 2013, entrevistei várias pessoas com albinismo e todos tinham algo em comum: o medo. O medo de sair sozinhos à noite, de ir para o interior do país, de falar com desconhecidos. O pavor de ser tratados como objetos e não como humanos.
    Por isso, Beijados pelo sol, do escritor Rogério Andrade Barbosa, é tão importante. O livro apresenta às crianças e jovens o menino Kivuli, que nasceu com albinismo e enfrenta, altivo, todos os obstáculos que isso implica. Revela ainda o tipo de preconceito que enfrentam as pessoas com albinismo, algo muitas vezes ignorado fora da África, e ensina a importância de respeitar o diferente, seja ele uma pessoa com albinismo, alguém de outra etnia, religião ou classe social. [fonte: apresentação da edição de 2015]

Nota do Autor
    Em 2011, durante uma de minhas andanças e recolhas de contos tradicionais ao longo do continente africano, tive a oportunidade de conhecer a bela Tanzânia. Na histórica Dar es Salaam deparei-me, por intermédio dos meios de comunicação da antiga capital, com inúmeras reportagens sobre assassinatos e mutilações cometidos contra os portadores de albinismo, em várias regiões africanas.
    A Tanzânia, por motivos ainda desconhecidos, apresenta o mais alto índice de habitantes com albinismo em toda a África, o que explica, em parte, o grande número de vítimas nesse país. A maioria delas, por sua fragilidade, crianças.
    Essa aversão e caçada implacável aos zeruzeru, como os que nascem com albinismo são pejorativamente designados, é um fenômeno recente, instigados por curandeiros de má-fé. Esses embusteiros, baseados em superstições, alardeiam o poder miraculoso que as partes amputadas do corpo de um albino têm. O preço de cada braço, mão ou perna vendida clandestinamente, por mais abominável que pareça, atinge milhares de dólares. Um crime hediondo que vem sendo combatido atualmente pelas autoridades governamentais, depois de uma série de denúncias e campanhas internacionais realizados em prol dos que sofrem por terem nascido com albinismo.
    Foi, então, depois de muitas pesquisas que resolvi escrever este livro, acreditando assim, estar contribuindo para uma causa que merece o apoio de todos nós. [fonte: nota do autor na edição de 2015]

Conteúdo: O livro é dividido em 9 partes (identificadas por algarismo romano e título), que são subdivididos em capítulos identificados apenas por números (23 no total). As partes VII e IX possuem o mesmo título.
   I - Kivuli (capítulos 1 e 2)
  II - Tempo de escola (capítulos 3, 4, 5 e 6)
 III - O perigo mora ao lado (capítulos 7, 8 e 9)
  IV - Nas garras dos sequestradores (capítulos 10, 11, 12, 13 e 14)
   V - Dar es Salaam (capítulo 15)
  VI - Kipemba (capítulos 16 e 17)
 VII - Beijados pelo Sol (capítulo 18)
VIII - A caminho de casa (capítulos 19, 20, 21 e 22)
  IX - A caminho de casa (capítulo 23)

Citações:
  • As pegadas das pessoas que andaram juntas nunca se apagam. 
  • Os velhos são como uma árvore antiga, quanto mais velha a árvore, maior a sombra.

Fontes:

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