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quarta-feira, 31 de julho de 2019

Giselda Laporta Nicolelis: A sementeira (1975) | Nos limites do sonho (1984)

Fichamento por: Daniel Medeiros Padovani, 31/07/2019.
A sementeira é um romance adulto da escritora brasileira Giselda Laporta Nicolelis, publicado originalmente no Brasil em 1975 pela editora Mundo Musical. Em 1984, o livro foi adaptado como novela juvenil e republicado pela Atual Editora com um novo título: Nos limites do sonho. | Álbum de Capas da Autora

Donana é uma solitária e religiosa professora, moradora de uma cidadezinha do interior. Por ter dedicado boa parte de sua vida ao ensino de crianças residentes em diferentes áreas rurais, nunca chegou a se casar, até que aos 43 anos conhece o seu primeiro e único amor – Francisco -, um vendedor ambulante de 50 anos. Às vésperas do matrimônio, ela recebe uma carta escrita pelo futuro marido relatando a impossibilidade da realização do casamento, uma vez que já era casado. A partir de então, Donana chega à beira da loucura, diante da frustração de não ter tido o sonho de mulher realizado. Dominada pela decepção e pelo desejo sexual reprimido, a protagonista vivencia momentos de delírios em que sua alma de mulher recatada e devota é transfigurada pelo fogo e desejo de uma prostituta. [fonte: BATISTA, 2018]


Nos limites do sonho | Giselda Laporta Nicolelis | Editora: Atual | Coleção: Morena |  1984 - 1987 / 1991 |Nos limites do sonho | Giselda Laporta Nicolelis | Editora: Atual | Coleção: Morena |  1984 - 1987 / 1991 | Contracapa |
Nos limites do sonho | Giselda Laporta Nicolelis | Editora: Atual | Coleção: Morena |  1984 - 1987 / 1991 | ISBN: 85-7056-083-4 (1991) | Capa: Rui de Oliveira | Ilustrações: Rogério Borges | Álbum de Capas da Coleção |

A sementeira | Giselda Laporta Nicolelis | Editora: Edições MM (Mundo Musical) | 1975 |
A sementeira | Giselda Laporta Nicolelis | Editora: Edições MM (Mundo Musical) | 1975 |

Outras informações:

A temática abordada no livro é a frustração amorosa e os valores morais de cidades pequenas e suas consequências (sexualidade, fofoca, religiosidade).

Prêmios: A sementeira ganhou em outubro de 1974 o terceiro lugar do Prêmio Fernando Chinaglia, da União Brasileira de Escritores (UBE). [fonte: jornal O Estado de S. Paulo, 8 de outubro de 1974, página 17]

Personagens: Donana | Francisco da Silva | esposa de Francisco | os três filhos de Francisco | doutor Roque | Irma (esposa de doutor Roque) | Marta (funcionária pública) | dona Carolina (modista) | Laura (quituteira) | padre Anselmo | Aurélia (funcionária paroquial) | Luisinho (aluno) | seu José (garçom) | dona Chiquinha (professora de piano) | mãe de dona Chiquinha | Joana (cafetina) | Rosa (prostituta) | Maria (lavadeira) | Ritinha (costureira) | Felícia (idosa) | Mariana (filha do coronel) | Afonso | Zacarias | Doca (filho adotivo de Aurélia) | Rosália (beata) | Madalena (professora) | Juca (marido de Madalena) | Magali | Zezinho (marido de Magali) | doutor Jeremias | Mercedes (cozinheira de doutor Jeremias) | Rita (faxineira) | Matilde | seu Aparício (dono do hotel) | dona Sinhá (parteira) | Tião (leiteiro) | esposa de Tião | seu Evaristo (farmacêutico) | Lucila (esposa de seu Evaristo) | Marilda | sacristão | padre Ludovico | madre Paula | coroinhas | 

Local: A história se passa em uma cidade interiorana. O nome do bordel de Joana é Casa Amarela e do asilo é São Vicente de Paula. Outros ambientes da narrativa é o hotel, a igreja, a casa paroquial, o cinema, a praça, o cemitério e as casas de dona Carolina, de Francisco e de Laura.

Segundo Batista (2018), algumas diferenças entre A sementeira e Nos limites do sonho são: a passagem do gênero romance (destinado ao público adulto) para novela (destinada ao público juvenil); introdução de uma epígrafe creditada a W. de Combi; capítulos não numerados; diminuição do tamanho das letras, o que reduziu a obra de 110 para 81 páginas; a supressão do "Epílogo", que contava o destino de alguns personagens da pequena cidade; mudanças nas marcas do linguajar caipira, mais acentuada na obra original; inclusão de ilustrações na obra adaptada devido ao público direcionado.

O livro sofreu censura da Ditadura Militar, através da Divisão de Censura de Diversões Públicas (DCDP), devido à sensualidade do texto e as atitudes do personagem padre Anselmo em relação ao celibato e vocação sacerdotal. [fonte: PIZA, 1995] Sobre essa censura, Giselda Laporta Nicolelis falou em entrevista ao Museu da Pessoa: "Eu, inclusive, durante a ditadura, tive livro censurado. Porque eu ganhei um concurso no Rio em 75, durante a ditadura, com uma história muito bonita, de uma tia minha que tinha tido um caso de amor impossível, que não deu errado. Eu ganhei o segundo ou terceiro lugar no concurso no Rio de romance para adulto. Como prêmio, fui incluída numa coleção de uma editora aqui em São Paulo, mas, para meu azar, o livro entrou numa coleção meio erótica, porque eles tinham que encaixar o livro, encaixaram nessa coleção. E bateu a censura e queimaram todos os livros. Então foi um dos seiscentos e poucos livros que foram destruídos. Depois esse livro, dez anos depois, foi reeditado por uma editora, para juvenil. O livro era tão inocente que foi reeditado para juvenil. Era uma história de amor. Então eu tive livro queimado, destruído, a editora foi até à falência." [fonte: MAJOLO, 2008]

Fontes:

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