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Mario Teixeira: A linha negra (2014)

Fichamento por: Daniel Medeiros Padovani, 29/11/2021.
A linha negra é uma novela juvenil de fantasia sobrenatural com fundo histórico do escritor brasileiro Mario Teixeira, publicada originalmente no Brasil em 2014 pela editora Scipione. O contexto histórico da narrativa é a Guerra do Paraguai (1864-1870). | Álbum de Capas do Autor |

Em 1865, o brasileiro Casimiro é mandado para lutar na Guerra do Paraguai. O jovem vive terríveis experiências de combate e, nas noites de lua cheia, enfrenta um descontrole que deixa cicatrizes em seu corpo. Como se tudo isso não bastasse, ele se apaixona pela bela Francisca, a favorita do ditador paraguaio. Porém, o rapaz não fica muito tempo junto de sua amada, pois é enviado a uma perigosa trincheira: a linha negra. É então que sua jornada fica mais perigosa e imprevisível. [fonte: Coletivo Leitor]

Capa | A linha negra | Mario Teixeira | Editora: Scipione | Coleção: Matrizes | 2014 - atualmente (2021) |Contracapa | A linha negra | Mario Teixeira | Editora: Scipione | Coleção: Matrizes | 2014 - atualmente (2021) |
A linha negra | Mario Teixeira | Editora: Scipione | Coleção: Matrizes | 2014 - atualmente (2021) | ISBN: 978-85-262-9271-0 (aluno) | ISBN: 978-85-262-9272-7 (professor) | Capa: Zé Azevedo | Capa: Thatiana Kalaes | Ilustrações: Allan Alex | Conteúdo Adicional: Nota do Autor (por Mario Texeira) | Conteúdo Adicional: Glossário Histórico (por Sara Cristina de Souza | Álbum de Capas da Coleção |

Outras informações:

Personagens: | Casimiro | Antônio | Anzol | Ferrujão | Felinto | Tobias | Orlando | Benato Neves (comendador, pai de Casimiro) |

Personagens Históricos: | Richard Francis Burton (escritor inglês, 1821-1890) | Obá (Cândido da Fonseca Galvão, militar brasileiro, 1845-1890) | Hermes Ernesto da Fonseca (militar brasileiro, capitão/major, 1824-1891) | Floriano Peixoto (militar brasileiro, segundo-tenente, 1839-1895) | Manuel Luís Osório (militar brasileiro, tenente-general, 1808-1879) | Chico Diabo (José Francisco Lacerda, militar brasileiro, cabo, 1848-1893) | Conde d'Eu (Luís Filipe Maria Fernando Gastão d'Orléans, príncipe francês, 1842-1922) | Solano López (Francisco Solano López Carrillo, presidente paraguaio, 1827-1870) | Pancha Garmendia (Francisca Garmendia Ituarte, paraguaia, 1829-1869) | Dorothéa Duprat (Dorothéa Duprat de Lasserre, francesa) |

Premiação: | Ganhador do Prêmio Jabuti 2015, da Câmara Brasileira do Livro (CBL), na categoria Juvenil | Ganhador do Prêmio de Literatura BN (Biblioteca Nacional) 2015 - Glória Pondé, na categoria Juvenil | 

Apresentação: Nota do Autor (por Mario Teixeira)
    Quando estourou a Guerra do Paraguai, no final de 1864, a independência do Brasil era recente. Éramos um país adolescente, as fronteiras eram frágeis e movediças, nossos soldados eram praticamente imberbes. Passamos sem grandes conflitos pela Independência e, mais tarde, pela proclamação da República. Se houve tiros, foram esparsos. Mas a Guerra do Paraguai foi diferente: houve milhares de mortos de ambos os lados. O Brasil ganhou cicatrizes.
    Poucos escritores se debruçaram sobre a campanha. Mesmo Machado de Assis, contemporâneo do conflito, mal se referiu ao assunto em seus contos e romances. Como continuar ignorando passagem tão importante da nossa história?
    Richard Burton, Obá, Hermes da Fonseca, Floriano Peixoto, Osório, conde d'Eu, Chico Diabo, Solano López, Francisca Garmendia e Dorothea Duprat viveram e testemunharam a guerra. Os demais — Casimiro, Anzol, Ferrujão, Felinto, Tobias, Orlando — são invenção; porque, como escritor, acho que a ficção, mais do que a história, pode abolir as fronteiras do tempo. [fonte: Nota do Autor na edição de 2014]

Resumo (contém spoilers): por Shirley Souza
    Casimiro era o sétimo filho homem do Comendador Benato Neves e tinha uma vida confortável em Salvador, onde o pai, além de prestígio, era senhor de muitas posses, inclusive de escravos. Mas sua vida mudou completamente quando seu pai o enviou para se alistar e lutar na Guerra do Paraguai. Ele tinha apenas dezesseis anos e o pai deixava claro a intenção de afastá-lo antes que se tornasse homem, sem revelar os motivos. Ir para a guerra equivalia a receber uma sentença de morte e Casimiro, apesar de escrever sempre que podia, nunca mais teve notícias de seu pai.
    Em Niterói, após se alistar e embarcar para Montevidéu, Casimiro conhece aqueles que serão seus grandes amigos: Antônio, um rapaz humilde, frágil, miúdo, mas bastante ágil; e Obá, um negro enorme, forte, que se dizia um príncipe.
    A realidade do exército se revela distante da idealizada por Casimiro: os soldados parecem mais selvagens do que homens civilizados; há uma mistura de etnias e sotaques inimagináveis para os valores preconceituosos da sociedade da época; a ordem militar parece ser inexistente; a comida é pouca; as acomodações precárias; o soldo é insuficiente para suprir as necessidades básicas
dos soldados; a munição é controlada e escassa; a cavalaria anda a pé.     O que mais matava os homens não era a guerra, a bala ou a lâmina do inimigo, mas as doenças causadas pela água contaminada ou pela alimentação decomposta. Muitos morriam sem sequer ter lutado. Com o passar do tempo o jovem vê cada vez menos sentido naquele conflito.
    Foi em Passo da Pátria que Casimiro travou sua primeira batalha e descobriu sua natureza. Durante uma noite de lua cheia, o acampamento foi atacado pelo inimigo. No dia seguinte lembrava de ter salvo Antônio e Obá, nada mais. Sentia um desconforto, sabia que algo estranho acontecera, mas não entendia o quê. Obá vira sua transformação, vira o amigo, agora um lobisomem, despedaçar os inimigos com garras e dentes.
    Com o passar do tempo, a natureza de Casimiro tornou-se inegável e ele pediu transferência: desejava afastar-se dos amigos para garantir que não os atacaria e, também, desejava a morte. Cada vez mais dirigiu-se para a linha de frente do combate, buscando a morte. Sua natureza foi descoberta por alguns e temida por muitos. O desejo do pai, de que morresse como homem, não se concretizou e Casimiro ganhou prestígio como soldado.
    Ao final de quatro anos de conflito, Casimiro era um homem feito, que conhecia seu lado fera. Destruiu com suas próprias mãos o ditador Solano López, findou a guerra, casou-se com uma paraguaia e partiu para construir uma vida distante de seus familiares. Acompanhando a sua história e a de seus companheiros, o leitor tem acesso a um relato detalhado do que foi a Guerra do Paraguai e experimenta todas as contradições que uma guerra traz. [fonte: Projeto Pedagógico]

Fontes:
COLETIVO LEITOR. A linha negra. Disponível em: <https://www.coletivoleitor.com.br/nossos-livros/a-linha-negra/>. Acesso em: 29 novembro 2021. [Arquivo da Internet]
SOUZA, Shirley. Projeto Pedagógico: A linha negra. Disponível em: <https://www.coletivoleitor.com.br/wp-content/uploads/2018/09/A-linha-negra_Projeto-pedag%C3%B3gico.pdf>. Acesso em: 29 novembro 2021. [Arquivo da Internet]
TEIXEIRA, Mario. A linha negra. São Paulo: Scipione, 2014. [ Nota do Autor ]

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