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quinta-feira, 3 de maio de 2012

Maria José Dupré: O romance de Teresa Bernard (1941)

O romance de Teresa Bernard | Sra. Leandro Dupré | Editora: Civilização Brasileira | 1941-1943 |
O romance de Teresa Bernard é um romance da escritora brasileira Maria José Dupré, publicado originalmente no Brasil em 1941 pela editora Civilização Brasileira, com a autora utilizando o nome literário de Sra. Leandro Dupré. Foi o primeiro livro publicado da autora. | Álbum de Capas da Autora

Teresa Bernard é uma mulher rica e culta, que se apaixona por um homem casado, o médico Artur, cuja esposa está à beira da morte. Assim, Teresa decide realizar uma viagem pela Europa, enquanto espera o momento em que poderá casar-se com Artur.






O romance de Teresa Bernard | Maria José Dupré | Editora: Saraiva | 1967 | Capa: Nico Rosso |
O romance de Teresa Bernard | Maria José Dupré | Editora: Saraiva | 1967 | Capa: Nico Rosso |

O romance de Teresa Bernard | Sra. Leandro Dupré | Editora: Saraiva | 1957 | Capa: Nico Rosso |
O romance de Teresa Bernard | Sra. Leandro Dupré | Editora: Saraiva | 1957 | Capa: Nico Rosso |

O romance de Teresa Bernard | Sra. Leandro Dupré | Editora: Brasiliense | 1944 |
O romance de Teresa Bernard | Sra. Leandro Dupré | Editora: Brasiliense | 1944 |

O romance de Teresa Bernard | Sra. Leandro Dupré | Editora: Civilização Brasileira | 1941-1943 |
O romance de Teresa Bernard | Sra. Leandro Dupré | Editora: Civilização Brasileira | 1941-1943 |

Outras informações:

Personagens: | Teresa Bernard | Artur | Elisabeth | Viturina | Lúcio | Tianinha | tia Lina | tia Olívia | tia Maricas | avó de Teresa | Sebastianinha | Angelina | Luis Alberto | Malena | Ernesto | Vera | Dick | Yvonne | Georges Brondy | Simone Brondy | Edouard | Sônia | Henry |

Em sua autobiografia, Os caminhos (1969), Maria José Dupré escreveu sobre a escrita de O romance de Teresa Bernard: "Não contei a ninguém que estava escrevendo um romance; só meu marido sabia. Mesmo minha mãe que passava temporadas cada vez mais longas conosco, de nada sabia. (...) Eu escrevia devagar, à mão, sem saber se valia a pena, sem saber que fazer depois com o livro. Tinha pensado em dar-lhe o título: “O Romance de Teresa Bernard”, foi o título que ficou. Até hoje, quase trinta anos depois de publicado, me perguntam se Teresa de fato existiu; pois gosto de escrever na primeira pessoa alguns dos meus livros. Teresa Bernard é a mulher inquieta da sociedade: rica, sem problemas financeiros, não sabe o caminho a seguir; pensa que é o marido e o troca por outro, mas tudo continua da mesma maneira. Símbolo das insatisfeitas e torturadas Teresas Bernard de todos os países do mundo. (...) Assim fui formando o livro. Aproveitei fatos da primeira viagem que meu marido e eu fizemos pelo estrangeiro; misturei tudo, o falso e o verdadeiro, o real e o imaginário, e fiz o livro."

Resenha: Quando uma escritora iniciante alcança mais do que as expectativas: O lançamento de O Romance de Teresa Bernard, da Sra. Leandro Dupré, em 1941. (por Daniel Medeiros Padovani) | Era o começo da década de 1940. Em uma reunião na sede da Companhia Editora Nacional, em São Paulo, pessoas discutiam o futuro de uma escritora iniciante. A autora do livro, que teria todas as despesas da publicação pagas por seu marido, disse que preferia usar um pseudônimo e sugeriu um que ela havia usado ao escrever um conto para um jornal: Mary Joseph. | Mas o pseudônimo escolhido pela autora gerou polêmica, já que o editor, Arthur Neves, tinha a opinião de que um romance com tal pseudônimo já estava condenado ao fracasso. Muito foi discutido, ideias foram trocadas, pessoas foram consultadas. Por fim, o marido da escritora, Leandro Dupré, presente na reunião e o grande incentivador da esposa, sugeriu: "E se ficar Senhora Leandro Dupré? O que o senhor acha?" A sugestão foi aceita e em 1941 chegava nas livrarias, em publicação da editora Civilização Brasileira (pertencente a Companhia Editora Nacional), um livro de 452 páginas, de uma desconhecida e iniciante Sra. Leandro Dupré,  intitulado O romance de Teresa Bernard. Alcançando sucesso imediato, a edição se esgotou em pouco tempo, proporcionando rapidamente ao engenheiro Leandro Dupré a recuperação de todo capital investido no lançamento da esposa como escritora. E é claro que uma nova tiragem do romance foi providenciada, dessa vez totalmente custeada pela editora (a 2ª edição foi lançada em 1943). Respondendo a uma questão que Leandro Dupré disse a esposa em tom de brincadeira naquela reunião ao sugerir o uso de seu nome como pseudônimo ("Iremos juntos para o sucesso ou para o fracasso..."), o caminho trilhado pela nova escritora seria de sucesso... | A Sra. Leandro Dupré continuaria a publicar muitos outros títulos de grande alcance popular, inclusive para o público infantil, durante toda a década de 1940, 1950 e 1960, usando o nome de seu marido. Mas a partir de 1965, ela adotaria seu próprio nome, Maria José Dupré, nome usado atualmente nas frequentes reedições de muitos livros de sua autoria. Acho que agora o leitor percebeu sobre quem estou escrevendo: a autora dos clássicos Éramos seis, A ilha perdida e O cachorrinho Samba, livros que conduziram muitas crianças ao fantástico mundo da literatura e os tornaram leitores para a vida toda. Eu, por exemplo, fui fisgado ao mundo literário pela A ilha perdida. | Maria José Fleury Monteiro, o 8º filho do casal Antonio Lopes Monteiro e Rosa Augusta de Barros Fleury, nasceu em 1 de maio de 1905 na fazenda Bela Vista, na cidade paulista de Botucatu. Alfabetizada pela mãe e pelo irmão mais velho, Maria José estudou música em aulas particulares e pintura no Colégio dos Anjos, em Botucatu. Mudou para São Paulo, a capital do estado, onde cursou a Escola Normal Caetano de Campos e se formou como professora. Logo em seguida veio o casamento com o engenheiro Leandro Dupré, passando então ao nome de casada: Maria José Fleury Monteiro Dupré. | Maria José Dupré iniciou seu entusiasmo com os livros antes mesmo de começar a frequentar a escola. Seus pais tinham o hábito de ler e desde pequena Maria José já havia entrado em contato com os clássicos literários portugueses e mundiais. Sua carreira literária iniciou devido ao incentivo do marido, que costumava dizer que suas narrativas eram contos orais que mereciam ser escritos. Com esse incentivo, ela publicou no suplemento literário do jornal "O Estado de S. Paulo" seu primeiro conto, Meninas tristes, usando o depois rejeitado pseudônimo Mary Joseph. Do conto para o sucesso do primeiro livro foi um pulo. | O romance de Teresa Bernard, a história de uma mulher rica e culta, que procura encontrar, no ambiente luxuoso em que vive, um companheiro digno de seu amor, trouxe temas polêmicos para a época de seu lançamento, como a vida de uma mulher divorciada. O livro é narrado em primeira pessoa pela própria Teresa, que tem contato durante a narrativa, entre outros personagens, com Artur, Angelina, Dick, Elisabeth, Lucio, Luis Alberto, Malena, Maurice Leblanc, Tia Linda, Tia Olivia, Tio João Lins e Tianinha, inclusive durante sua viagem pela Europa. | No Brasil o livro foi publicado inicialmente pela editora Civilização Brasileira (1ª e 2ª edição, 1941 e 1943). Posteriormente, ele passou a ser publicado pela editora Brasiliense (3ª a 7ª edição, entre 1944 e 1951) e pela editora Saraiva (8ª e 9ª edição, 1957 e 1967). Desde a sua última edição em 1967, já se passaram 50 anos (em 2017). | Apesar do grande sucesso alcançado por O romance de Teresa Bernard, o maior sucesso da Sra. Leandro Dupré, ainda estava por vir. O seu segundo romance, lançado dois anos depois, alcançaria números surpreendentes e continuaria sendo querido e lido pelos brasileiros até os dias atuais, mais de setenta anos após seu lançamento. Mas esse será o assunto da próxima postagem... | [Nota: O segundo romance da autora a que se refere o final da resenha é Éramos seis. Essa resenha foi publicada originalmente em 22 de fevereiro de 2017 no blog "Boa leitura para vocês!"] 

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