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Odette de Barros Mott: Sob a cruz das estrelas (1984)

Sob a cruz das estrelas é uma novela juvenil histórica da escritora brasileira Odette de Barros Mott, publicado originalmente no Brasil em 1984 pela editora FTD. | Álbum de Capas da Autora |

Joãozinho é um menino órfão de Lisboa, seduzido pela aventura e pela magia do Novo Mundo. Assim, vem chegar ao Brasil do século XVI, no início de nossa integração ao mundo ocidental, em companhia de José de Anchieta. Participa de fatos históricos decisivos, como a fundação de São Paulo, e sente todas as mudanças que acompanham a transformação dos primeiros portugueses em brasileiros. [fonte: contracapa, Editora FTD, 1984]

Sob a cruz das estrelas | Odette de Barros Mott | Editora: FTF | Coleção: Nossa História | 1984 - 1988 | 1996 | ISBN: 85-322-0873-8 (1996) | Capa: Claudia Scatamacchia (ilustração) | Ilustrações: Claudia Scatamacchia |Sob a cruz das estrelas | Odette de Barros Mott | Editora: FTF | Coleção: Nossa História | 1984 - 1988 | 1996 | ISBN: 85-322-0873-8 (1996) | Capa: Claudia Scatamacchia (ilustração) | Ilustrações: Claudia Scatamacchia |
Sob a cruz das estrelas | Odette de Barros Mott | Editora: FTF | Coleção: Nossa História | 1984 - 1988 | 1996 | ISBN: 85-322-0873-8 (1996) | Capa: Claudia Scatamacchia (ilustração) | Ilustrações: Claudia Scatamacchia | Álbum de Capas da Coleção |
Edições: | 1ª (1984) | 2ª (1985) | 3ª (1986) | 4ª (1987) | 5ª (1988) | 6ª (1996) |

Outras informações:

Locais: | Portugal (reino) | Lisboa (cidade portuguesa) | Casa dos Meninos Órfãos de Lisboa (orfanato lisboeta) | convento lisboeta | caravela | Terra de Santa Cruz (colônia portuguesa) | Porto Seguro (vila) | São Paulo de Piratininga (vila) | Colégio de São Paulo de Piratininga (colégio jesuíta) | Santo André da Borda do Campo (vila) | mata |

Resenha completa (contém spoilers): Era 1552 e José de Anchieta vivia em Portugal, onde desenvolvia um trabalho na “Casa dos Meninos Órfãos de Lisboa”, instruindo os garotos sobre fatos históricos, assuntos religiosos, informações sobre a terra de Santa Cruz - país recém colonizado por portugueses - além de alfabetizá-los. Joãozinho, um dos garotos do asilo, tinha grande admiração pelo missionário. Anchieta estava com viagem marcada para a terra de Santa Cruz, assim, em uma última visita ao asilo, informou aos garotos que eles seriam atendidos por outro missionário e despediu-se dos pequenos, que sentiram muito a triste notícia. Joãozinho queria muito sair do asilo e acompanhar Anchieta no novo país que se formava. Aproveitando-se de algumas oportunidades, fugiu do asilo e infiltrou-se na caravela. Quando em alto mar, Anchieta encontrou o menino e assim passaram a viagem juntos. Após dois meses e cinco dias de viagem, chegaram à terra de Santa Cruz, onde permaneceram juntos, mudando-se depois para São Paulo de Piratininga, lugar em que o missionário continuaria seu trabalho de evangelização. Passam por muitas dificuldades, e por um forte ataque de três tribos indígenas que não aceitaram a invasão missionária. No entanto, os índios que se rebelaram foram vencidos pelo grupo que se juntou à equipe que Anchieta pertencia. Os anos passaram, Joãozinho ficou moço, forte e uniu-se a uma jovem índia, formando família. Anchieta continuou seu trabalho de missionário na vila de São Paulo de Piratininga por quarenta e quatro anos, até sua morte.  [fonte: ELIAS, 2015, p. 135-136]

Resenha (por Ieda Maria Sorgi Pinhaz Elias): Essa obra tem caráter documental histórico, pois retrata a vida de padre José de Anchieta, desde suas atividades em Portugal, a viagem ao Brasil e o trabalho desenvolvido por ele em terras brasileiras. Na história, Joãozinho, garoto órfão, foge do orfanato em Portugal para acompanhar o missionário no Novo Mundo. O livro mostra toda a profissão de fé do padre, apresentando as dificuldades encontradas por ele em nosso país. Os diálogos que acontecem entre Anchieta e Joãozinho fazem um duplo serviço, pois ensinando o menino, informam o leitor. Além de comentários sobre o povo indígena, sua catequização, temos também o entrelaçamento do português com uma índia, o que José de Alencar mostrou no romance Iracema, através do amor da índia e do colonizador, nasceu Moacir, filho da dor. Na obra de Odette, o português Joãozinho e a índia formaram uma família e tiveram vários filhos. Importante evidenciar que o destaque na narrativa não é o romance de Joãozinho, e sim a história do Padre José de Anchieta.  [fonte: ELIAS, 2015, p. 197]

Contexto Histórico (Padre José de Anchieta no Brasil): José de Anchieta (San Cristóbal de La Laguna, 19 de março de 1534 — Reritiba, 9 de junho de 1597) foi um padre jesuíta espanhol e um dos fundadores das cidades brasileiras de São Paulo e do Rio de Janeiro. (...) Tendo o padre Manuel da Nóbrega, Provincial dos Jesuítas no Brasil, solicitado mais braços para a atividade de evangelização do Brasil (mesmo os fracos de engenho e os doentes do corpo), o Provincial da Ordem, Simão Rodrigues, indicou, entre outros, José de Anchieta. Desde jovem, Anchieta padecia de tuberculose óssea, que lhe causou uma escoliose, agravada durante o noviciado na Companhia de Jesus. Este fato foi determinante para que deixasse os estudos religiosos e viajasse para o Brasil. Aportou em Salvador, na Capitania da Baía de Todos os Santos a 13 de Julho de 1553, com menos de vinte anos de idade e vindo na armada do segundo governador-geral do Brasil, Dom Duarte da Costa com outros seis companheiros, sob a chefia do padre Luis da Grã. (...) Anchieta ficou menos de três meses em Salvador, partindo para a Capitania de São Vicente no princípio de outubro, com o padre jesuíta Leonardo Nunes, onde conheceria Manuel da Nóbrega e permaneceria por doze anos. Anchieta abriu os caminhos do sertão, aprendendo a língua tupi, catequizando e ensinando latim aos índios. Escreveu a primeira gramática sobre uma língua do tronco tupi: a "Arte da Gramática da Língua Mais Falada na Costa do Brasil", que foi publicada em Coimbra em 1595. No seguimento da sua ação missionária, participou da fundação, no planalto de Piratininga, do Colégio de São Paulo, um colégio de jesuítas do qual foi regente, embrião da cidade de São Paulo, junto com outros padres da Companhia, em 25 de janeiro de 1554, recebendo este nome por ser a data em que se comemora a conversão do Apóstolo São Paulo. Esta povoação contava, no primeiro ano da sua existência com 130 pessoas, das quais 36 haviam recebido o batismo. (...) O religioso cuidava não apenas de educar e catequizar os indígenas, como também de defendê-los dos abusos dos colonizadores portugueses que queriam não raro escravizá-los e tomar-lhes as mulheres e filhos. Esteve em Itanhaém e Peruíbe, no litoral sul de São Paulo, na quaresma que antecedeu a sua ida à aldeia de Iperoig, juntamente com o padre Manuel da Nóbrega, em missão de preparo para o Armistício com os Tupinambás de Ubatuba (Armistício de Iperoig). Nesse período, em 1563, intermediou as negociações entre os portugueses e os indígenas reunidos na Confederação dos Tamoios, oferecendo-se Anchieta como refém dos tamoios em Iperoig, enquanto o padre Manuel da Nóbrega retornou a São Vicente juntamente com Cunhambebe (filho) para ultimar as negociações de paz entre os indígenas e os portugueses. Entre os índios batizados por Anchieta destaca o cacique Tibiriçá. (...) Lutou contra os franceses estabelecidos na França Antártica na baía da Guanabara; foi companheiro de Estácio de Sá, a quem assistiu em seus últimos momentos (1567). Em 1566, foi enviado à Capitania da Bahia com o encargo de informar ao governador Mem de Sá do andamento da guerra contra os franceses, possibilitando o envio de reforços portugueses ao Rio de Janeiro. Por esta época, foi ordenado sacerdote aos 32 anos de idade. Dirigiu o Colégio dos Jesuítas do Rio de Janeiro por três anos, de 1570 a 1573. Em 1569, fundou a povoação de Reritiba (ou Iriritiba), atual Anchieta, no Espírito Santo. Em 1577, foi nomeado Provincial da Companhia de Jesus no Brasil, função que exerceu por dez anos, sendo substituído em 1587 a seu próprio pedido. Retirou-se para Reritiba, mas teve ainda de dirigir o Colégio do Jesuítas em Vitória, no Espírito Santo. Em 1595, obteve dispensa dessas funções e conseguiu retirar-se definitivamente para Reritiba onde veio a falecer, sendo sepultado em Vitória. [fonte: Wikipedia.pt]

Fontes:
  • ELIAS, Ieda Maria Sorgi Pinhaz. A narrativa de Odette de Barros Mott e a formação do subsistema juvenil na literatura brasileira. Dissertação (Mestrado em Letras) - Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes, Universidade Estadual do Paraná (UNESPAR), Maringá-PR, 2015, pp. 135-137/197. Disponível em: <http://www.ple.uem.br/defesas/pdf/imspelias.PDF>. Acesso em: 23 agosto 2021.
  • MOTT, Odette de Barros. Sob a cruz das estrelas. São Paulo: FTD, 1984. [ Contracapa ]
  • WIKIPEDIA.pt. José de Anchieta. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_de_Anchieta>. Acesso em: 23 agosto 2021. [Internet Archive]

Por: Daniel Medeiros Padovani, publicado em 23 de agosto de 2021.

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